O Refúgio

De adolescente a adulta

Wednesday, December 30, 2009

Avatar

Ontem fui ver o novo filme do realizador do Titanic. Tinha grandes expectativas e, de facto, Avatar ultrapassou tudo aquilo que poderia imaginar. Na minha opinião este é, realmente, o filme da década. Excelentes personagens, excelente cenário, mas principalmente excelente história.
A acção passa-se num planeta recentemente descoberto, Pandora. Nós, Humanos, temos uma base militar no planeta porque no solo existe um mineral de nome Unobtainium, muito raro e muito valioso. Na base reside também um grupo de cientistas que estuda a fauna e flora do planeta bem como a espécie indígena nativa, os Na’vi. Estes desenvolveram uma técnica para ganhar a confiança dos nativos que consiste na criação de avatares, ou seja, seres que possuem ADN tanto da espécie Na’vi como de Humanos. Cada avatar tem o ADN da pessoa que lhe pertence. Este ser pode ser controlado através de uma maquina que permite que a mente passe do corpo humano para o corpo do Na’vi.
Numa das naves que se dirigia para Pandora viajavam Jake Sully, um ex-fuzileiro e o seu irmão gémeo cientista. Este ia juntar-se aos cientistas, tendo já concebido o seu próprio avatar. No entanto, ele morreu e é feita a Jake uma proposta. Como o seu genoma é quase igual ao do irmão, ele pode controlar o seu avatar. Assim, eles propõe-lhe que o use. Jake aceita.
No entanto nem tudo são rosas. O maior depósito de Unobtainium encontra-se debaixo de uma das aldeias dos Na’vi e os militares querem por isso afastar os nativos.
Ao longo do filme apercebemo-nos de que os Na’vi são um povo extremamente ligado à natureza, que respeita tudo o que vive. E todas as acções tomadas pelos Humanos vão contra esses valores. A floresta onde vivem é um paraíso verde, com todos os tipos de seres, árvores e plantas.
À medida que a história se desenrolava compreendi que Avatar mostra alguma da nossa própria Realidade. A única coisa que o Homem queria era o mineral, e a todo o custo. Não importava quantos hectares de floresta sagrada tivesse de destruir, quantas casas deitasse abaixo, quantos seres mataria. Tudo o que realmente importava era o dinheiro. Antes de pensarem sequer em dialogar, o braço militar planeava guerras, apenas pensando em matar. Os seres Humanos não demonstravam qualquer respeito pela vida.
Ao olhar para o nosso planeta, o nosso Presente e Passado, não é isso que nós mesmos fazemos? O ser humano suga tudo o que há de bom nas coisas, para seu próprio benefício, nunca se importando com as consequências das suas acções, quer seja em relação aos outros ou a si próprio. Apesar de sabermos que o abate de árvores leva ao aumento do aquecimento global, a Amazónia continua a ser destruída a todo o vapor; muitas vezes para construir casas ou condomínios de luxo os responsáveis preferem deixar o dinheiro fechar-lhes os olhos e deixar que áreas florestais protegidas sejam devastadas. Embora exista um número incontável de espécies animais em vias de extinção, muitos deles são caçados furtivamente, muitas vezes até dentro das reservas e os caçadores nunca são punidos. A crueldade para com os animais é uma realidade crescente, como se pode ver pelo caso da caça às crias de foca no Canadá, uma prática que é considerada legal. Muitas vezes, países ricos invadem países pobres na primeira oportunidade que têm apenas para roubar as suas riquezas ou dominá-los, como é o caso da presença chinesa no Tibete ou dos militares americanos no Iraque. E ninguém toma uma atitude em relação a isso porque tratam-se de grandes potências, líderes do mercado internacional.
Os Na’vi apenas matavam para comer, e lamentavam ter de matar. O ser Humano mata muitas vezes por diversão, como é o caso dos caçadores.
A principal diferença entre o Homem retratado em Avatar e a nossa raça é que alguns de nós lutamos para impor a diferença, para fazer o que está certo, para que o nosso mundo seja um mundo melhor. Mas não é suficiente porque a caça ilegal continua, a desflorestação ilegal continua, cada vez existem mais pessoas corruptas, mais injustiça. Será que ainda há esperança para o nosso planeta? Talvez tenhamos condenado a Terra à destruição no dia em que a pisámos. Apesar de me entristecer dizê-lo, fomos a pior coisa que aconteceu ao Planeta Azul. Espero sinceramente que nunca encontremos outro planeta habitável porque seria apenas outro habitat que iríamos sugar até à destruição.
Espero que este filme alerte todos aqueles que o forem ver para este problema e que de alguma forma mude a nossa atitude perante a situação.

Friday, April 17, 2009

Aceitar

Neste momento tenho de lidar com os sentimentos que ainda tenho no meu coração. Ainda gosto do Paulo. Por isso não posso olhar para ele, tenho de evitar os lugares onde está, ser indiferente, não pensar nunca em nada do passado que me lembre dele nem pensar em nada do que aconteceu. Se eu olhasse para ele só uma vez, cedesse a essa vontade do meu coração, sei que seria ainda mais difícil para mim esquecer, deixar. Muitas vezes, quando estou sozinha, surgem pensamentos na minha cabeça. Penso nele, no que aconteceu, é como um flash. E do comigo a chorar como agora. Pelo menos há algo de positivo no facto de este ano a turma se separar: não tenho de o voltar a ver nunca mais. No entanto, quando penso nisso o meu sofrimento é ainda maior.
O meu único propósito tem de ser agora a escola, estudar. Se conseguir ocupar todo o meu tempo e não ficar com nenhum para pensar não vou mais ter pensamentos acerca dele. É apenas uma questão de dar tempo ao tempo e ter uma distância.

Sunday, March 22, 2009

D. Sebastião Rei de Portugal

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte não a dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

Fernando Pessoa

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desasossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

Ricardo Reis

Tuesday, January 20, 2009

Como Agir?

Hoje contei a uma amiga aquilo que se estava a passar. Ela sugeriu que eu arranjasse um número novo e falasse com ele por telemóvel. Por um lado acho que é uma ideia exelente mas por outro acho que é errado. Essa sugestão pareceu-me boa porque como nós já nos conhecemos desde o 10º ele não olha para mim como algo mais do que uma amiga... Assim, se ele pensasse que eu era outra pessoa talvez me visse de outro modo.
Mas e se depois, quando lhe dissesse quem era realmente ele achasse que eu o tinha enganado, que não tinha mentido só sobre a minha identidade... E se isso piorar tudo?
Talvez devesse falar com ele por mensagens mas com o meu número. Assim ele sabia que era eu e podíamos conhecer-nos na mesma...
Eu realmente queria passar mais tempo com ele na escola, para saber mais acerca dele. Só que ele está sempre com os outros rapazes da turma. Não seria normal se eu, de repente, começasse a andar com eles.
Estou muito tentada a aceitar o conselho da minha amiga. Mas primeiro há que pensar nas consequências... Se ele perguntar como consegui o número dele ou até pedir para me encontrar com ele, que desculpa é que eu vou dar? E como é que ele reagiria quando soubesse quem eu era realmente?
Cada dia que passa tenho mais perguntas e menos respostas...

Monday, January 19, 2009

Há Muito Tempo

Olhando para trás vejo que não voltava cá há décadas!
Ao ler os meus antigos posts vejo como pesava de maneira diferente, como mudei...
Já não sou quem era. Parte de mim mudou.
Este Verão aconteceu algo que me fez ver que aquele que eu amei, o único que eu amei, não era mais do que um idiota. Alguém que não merece um segundo do meu pensamento. No entanto, volto a afirmar: não me arrependo de ter gostado dele, só tenho pena de não ter descoberto mais cedo o tipo de pessoa que ele é. No fundo até tive sorte por não ficar com ele.
Estou agora no 12º ano, a minha turma é quase a mesma do 10º.
Há um rapaz da minha turma que sempre esteve lá, desde o meu primeiro ano de secundário. Mas só agora é que eu comecei a conhecê-lo melhor. E quando estou com ele sinto algo... algo que não sentia antes. Acho que é alguma espécie de atração física... Acho que é só da minha parte porque ele não parece tratar-me de modo diferente...
Gostava de arriscar com ele, mas tenho medo de o magoar e de me magoar a mim mesma.
Por vezes dou por mim a querer beijá-lo, estar com ele, senti-lo comigo... Outras ele é-me meio indiferente.
E se eu arriscar, como o farei? Não posso simplesmente chegar ao pé dele e dizer: Olha queres curtir comigo para eu decidir o que quero realmente de ti?
Isto de seduzir um homem tem que se lhe diga... Não podemos parecer muito disponiveís porque assim somos oferecidas mas também não podemos ser muito dificeís porque desse modo eles desistem de nós.
Não está certo usá-lo. Acho que o que sinto por ele é simplesmente desejo, nada de amor.
Quando saímos todos adoro estar com ele, falar com ele... Gostava de passar mais tempo com ele, para nos conhecer-mos. Tudo começou na passagem de ano, em casa de uma colega minha. Nessa noite conversei imenso com ele. Sobre coisas nada relevantes, como o desodorizante e o perfume que ele usa, a família dele, os amigos dele... No entanto não disse nada de mim.
À medida que a noite avançava eu já estava meio "alegre", se é que me entendem. Parecia que eu completava as frases dele, sabia as palavras que lhe faltavam...
Gostava que ele fosse à viagem de finalistas para estarmos juntos mas acho que ele não vai.
Vamos ver as voltas que a vida dá ;)

Friday, April 20, 2007

Dava tudo pra te ter...

Cada vez pareço mais perdida no meio deste mundo... Bem que tento encontrar o meu rumo mas cada vez parece que me perco mais... Olho pró passado, tento pensar no presente e adivinhar o futuro... Assim não dá pra viver... Quanto mais tento deixar de pensar nele mais ele me ocupa a mente... Sinto que ainda gosto dele e estes últimos tempos fizeram-me perceber, que, de certa forma, é-me possivel voltar a apaixonar-me pela simples memória que tenho daqueles momentos... Porque é que o amor é assim tão difícil? Sei que não é apenas para mim, muita gente existe que está em situações piores... Porque é que temos de batalhar tanto pra termos o que queremose porque é que os nossos erros nos perseguem toda a vida? Duvido que alguma vez me perdoe pelos meus... Quanto mais tempo terei de viver com este sentimento que é ao mesmo tempo o meu condão e a minha maldição? Não quero deixarde gostar, nem de lembrar mas isso magoa, faz chorar. Não sabia que ainda podia chorar tanto quanto tenho chorado por causa dele... Já passou mais de um ano e aqui estou eu... Talvez ainda sinta um pouquinho de esperança no fundo do meu coração... Talvez ache que ele vai abrir os olhos finalmente e perceber que devia estar comigo... Esperanças vãs de uma louca apaixonada por uma memória, que é tudo o que resta dele... Memórias e fotos é do que eu vivo...

Monday, January 22, 2007

Confusão, Sentidos e Sentimentos

As aulas recomeçaram e mais uma vez não sei já o que vai na minha própria cabeça!
Por um lado, algo dentro de mim diz-me que sinto ou começo a sentir uma coisa pelo Orlando mas por outro já nem sei!
Há lá um rapaz na escola, chamado Bruno, que andou comigo na primária. Ele conhece uns rapazes da minha turma porque já foi da turma deles mas chumbou. Já gostei dele há um ou dois anos. Nós conhecêmo-nos e eu sei que ele sabe quem eu sou porque ele normalmente vai a uma das festas regionais a que eu vou e nós já nos vimos lá mas apesar disso nós não nos falamos. Não sei porquê, simplesmente ele passa por mim e não me fala e eu faço o mesmo... Ele sempre teve um fraco pela Carina mas agora arranjou uma namorada, tudo muito recente, acho que só tem um mês ou isso. Bem, acontece que, no outro dia, antes de uma aula eu vi-o aos beijos com a namorada no corredor e dei por mim (estava ao pé do Orlando) a pensar que ele parecia beijar bem (talvez até a desejar ser eu quem ele estivesse a beijar). Isto só serviu para me dixar ainda mais confusa.
O ponto de situação é que a Marta anda MESMO de olho no Orlando apesar de já ter um namorado, o Leonardo, e já nem se dá ao trabalhod e disfarçar tanto! Ela faz tudo para ter a atenção dele!
O facto é que sinto ciúmes do Orlando o que me faz pensar que sinto algo por ele e até penso que ele pode sentir algo por mim porque, não sei, acho que nós "ligamos" de qualquer maneira, eu cada vez o acho mais parecido comigo. E depois há aquilo do Bruno. Nada se passava até aquilo ter acontecido. Mas porque é que eu pensei aquilo se eu não gosto dele? Ou será que gosto? E depois também há algo que me faz pensar que ele também pode estar de algum modo interessado em mim ou assim porque hoje, quando eu ia para a paragem do autocarro passei por ele e pela namorada e depois, quando já estava na camioneta e parámos numa paragem dentro da cidade ele estava lá, na paragem. Não estava a falar com ninguém, a namorada dele não entrou, estava simplesmente lá, como se estivesse à espera de alguma coisa. A namorada nem sequer estava ao lado dele.
E depois há o Carlos por quem eu tenho a certeza de que não sinto nada mas acho que talvez ele sinta algo por mim. Também não sei explicar bem porquê mas, não sei, acho que ele tem certas atitudes de vez em quando ou palavras ou modos de me tratar que me fazem pensar isso.
Cada vez mais acho que me estou a iludir em relação a tudo. Não é possível ter três rapazes a andar atrás de mim ao mesmo tempo! Nunca tive um e agora ia logo ter três de enfiada? E se tento esclarecer o que sinto em relação a algum deles ainda me confundo mais. Afinal o que é que eu faço? Estive a pensar muito nisto e acho que o melhor é tentar não chegar a nenhuma conclusão sobre nenhum dos três. As conclusões acabaram por se fazer na minha cabeça a pouco e pouco... Mas é horrível viver assim, uns dias penso que estou iludida, outros penso que estou a viver um conto de fadas...
Tenho de aprender a saber ver os sentimentos das pessoas e a descobrir os meus próprios sentimentos. Já não sei de quem gosto! Será que sei mesmo o que é gostar de alguém? Acho que sim, mas se gostar de alguém é pensar muito nessa pessoa e querer estar com ela o tempo todo então, por esse ponto de vista, gosto do Orlando e do Bruno. Tem de haver mais alguma coisa, algo que faça com que eu descodifique de uma vez este código que anda a cirandar pela minha cabeça! Mas que confusão!